Este Inverno tem sido particularmente frio. As situações de neve registadas até à data podem ser consideradas frequentes. A situação sinóptica da figura ilustra a primeira situação de queda de neve, ocorrida na madrugada de 29 de Novembro (Sábado). A neve caiu de forma abundante no interior norte e centro, nas regiões de Trás-os-Montes e Beira Interior. Os impactos na vida das populações destas regiões foram imensos, relacionados, sobretudo, com as dificuldades de deslocação por via rodoviária. Um número relativamente elevado de vias rodoviárias foram cortadas ao trânsito automóvel.
A situação sinóptica representada é típica de um evento de queda de neve: um anticiclone centrado no atlântico e com apófise polar (anticiclone que se estende em latitude) ao lado de uma depressão centrada a norte da Península Ibérica, provoca uma advecção de ar muito frio, proveniente do ártico. Nestas situações particulares verifica-se a passagem sucessiva de frentes frias que orginam queda de neve, por veses até latitudes muito mais baixas. Não foi o caso desta situação. Não caiu neve em regiões do Sul (Lisboa e Setúbal, por exemplo), excepto nos topos das montanhas mais altas.
O que há de mais extraordinário nesta situação é o facto de as primeiras quedas de neve terem ocorrido ainda durante o Outono. Em Portugal, o mais comum é que estes episódios de neve ocorram mais frequentemente durante o mês mais frio, ou seja, Fevereiro.
Apesar de tudo e até ao mês de Janeiro de 2009 o ano não tem sido particularmente chuvoso, mas sim particularmente frio. De acordo com informações do Instituto de Meteorologia a capacidade das barragens estava a 40% no mês de Dezembro e 60% em Janeiro, valor considerado normal para a época do ano. Para que as barragens fiquem na sua máxima capacidade será necessário que continue a chover durante o resto do Inverno e que a Primavera não seja seca.