A Península Ibérica é uma pequena região à escala global, mas apresenta grandes contrastes espaciais no que diz respeito à distribuição espacial da precipitação. Há um grande contraste entre a região Noroeste e Sudeste, sendo que na primeira se registam valores muito mais elevados de precipitação do que na segunda. Os mapas que se seguem mostram que os contrastes também são importantes à escala estacional, ou seja, há também contrastes muito significativos entre estações do ano.
Dados de precipitação (Cliamte Research Unit – University of East Anglia)
Mapa realizado c om o Sotawre GrADS
Precipitação média de Inverno
Na época mais chuvosa do ano, Outono, Inverno e Primavera, há um acentuado contraste Noroeste/sudeste, em que as Rias Galegas registam os valores mais elevados de precipitação. A figura refere-se ao Inverno, estação do ano em que esse contraste é mais nítido. O Litoral mediterrâneo é a região mais seca, bem como toda uma região do interior centro da Península. Fica evidente que a influência do ar atlântico condiciona os valores mais elevados, quer no norte litoral, quer a Oeste e Sudoeste. Em Portugal verifica-se mais uma vez o tão conhecido contraste diagonal, em que a precipitação diminui para Sudeste. O Minho e Douro Litoral são as regiões mais chuvosas, enquanto que o interior do Alentejo e a Região junto à foz do Guadiana são as regiões mais secas durante o Inverno.
Os factores geográficos que mais nitidamente surgem associados a esta distribuição da precipitação são a latitude (mais chuva a norte do que a Sul) e a continentalidade, ouseja, neste caso, a menor influência das massas de ar vindas de Oeste, do Atlântico. Tal aspecto pode ser observado na diminuição dos valores de precipitação para Este.
Dados de precipitação (Cliamte Research Unit – University of East Anglia)
Mapa realizado c om o Sotawre GrADS
Precipitação média de Verão
No Verão a situação é significativamente diferente. Para além de menores valores de precipitação o contraste espacial é agora Norte/Sul. Os Pirenéus e as montanhas Cantábricas são as regiões mais chovasas, enquanto que a Andaluzia e o Algarve são as regiões mais secas. Este contraste Norte/Sul espelha bem a influência da latitude como factor geográfico. No entanto, o relevo é também importante no registo de elevados valores nas montanhas do Norte da Península (Pirenéus e Cantábricos). O mesmo contraste Norte/Sul pode também ser observado para Portugal.
O mapa também evidencia o facto de que a Península Ibérica não tem um Verão seco, como normalmente é designado. A área onde ocorrem valores iguais ou superiores a 100mm de chuva é relativamente extensa. Só mesmo no Sul da Península se poderá falar em secura estival.
Deixe uma Resposta