No documento, intitulado “Maré Humana – a verdadeira crise migratória”, a organização lembra que o número de migração forçada é já muito elevado – 163 milhões de pessoas.
“No futuro, as alterações climáticas vão fazer este número disparar”, refere a Christian Aid, que apela a uma “acção urgente” da comunidade internacional para que adopte “fortes medidas de prevenção”.
Segundo a organização, “ao ritmo actual, mil milhões de pessoas serão forçadas a deixar as suas casas até 2050”, e o aquecimento global “vai reforçar os actuais factores de migração forçada e acelerar a crise migratória emergente”.
O relatório explica que 645 milhões de pessoas vão migrar devido a grandes crises, quando actualmente são 15 milhões por ano, 250 milhões vão deslocar-se devido a fenómenos ligados às mudanças climáticas (inundações, seca e fome) e 50 milhões por causa de conflitos e violações dos direitos humanos.
O documento diz que as alterações climáticas vão agravar os conflitos e as catástrofes naturais. A organização não governamental alerta para a crescente deslocação de populações no século XXI.
Entre os países que deverão ser mais afectados pela deslocação forçada de pessoas estão a Colômbia, o Mali e a Birmânia.
Segundo os autores do relatório “a migração forçada é já a maior ameaça para as populações pobres dos países em desenvolvimento”. Mas “o impacto das alterações climáticas é a grande e assustadora incógnita desta equação”.
Criada para ajudar os refugiados da II Guerra Mundial, a organização lança este relatório no âmbito da sua 50ª recolha de fundos ao domicílio no Reino Unido e espera com esta acção conseguir 15,5 milhões de libras (22 milhões de euros).
Com Lusa